sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Caminhos da Lei

Terminei de ler este livro de contos de John Grisham e fiquei um pouco decepcionada. O autor de O Dossiê Pelicano aparentemente não estava muito inspirado ao decidir escrever sobre acontecimentos que se passaram na cidade de Clanton, condado de Fox, Mississipi. O grande mote dos contos são os advogados decadentes que passam a vida tratando de divórcios e inventários e buscam alguma emoção na vida. Entretanto, os contos de destaque, na minha opinião, são aqueles que tratam de pontos cruciais para a compreensão da sociedade do sul dos Estados Unidos - hipócrita, falsa e preconceituosa.

Em Cassino, um vigarista abre uma casa de jogos em uma reserva indígena e desperta a ira dos moradores de Clanton. Entretanto, após algumas semanas, o cassino passa a ser um sucesso e todos o frenquentam, mas, logicamente, ninguém comenta nada. Apesar do sucesso, a banca é quebrada quando um advogado pacato, abandonado pela esposa, decide aprender a contar cartas.

No conto Quiet Haven, um homem ganha a vida escancarando os maus tratos sofridos em azilo e, no meio do caminho, acaba fazendo amigos vistos como maus olhos pela sociedade: uma cafetina em decadência, um senhor viciado em sexo e uma cozinheira negra  três vezes divorciada.

Já em Garoto Estranho, Adrian, um gay assumido, volta para Clanton para morrer de AIDS e sofre preconceito de todos os lados. Sua família com sobrenome aristocrático, mas em decadência, decide se livrar do problema o enviado para o bairro de negros - onde quase nenhum branco é visto. Lá, ele encontra a única pessoa da cidade que o trata com respeito e dignidade - Emporia - e acaba morrendo feliz.

Todos os contos têm aquela linguagem fácil típica de autores como John Grisham e Frederick Forsyth, mas os finais deixam a desejar em 100% das histórias. De toda maneira, é um bom livro para se levar para lugares em que a atenção é dispersa, como aeroportos ou recepções de consultórios médicos.

Bárbara

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