sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O Morro dos Ventos Uivantes

Como descrever este livro de Emily Bronte? Talvez seja uma história de amor, mas para mim é a história de como uma obsessão doentia é capaz de destruir tudo e todos. Heathcliff ama Catherine? Honestamente, não sei. Como alguém que diz amar é capaz de aniquilar aquilo que o ente querido mais ama? Heatcliff, o personagem principal desta história, consegue transformar sua vida e a de todos que o cercam em um verdadeiro inferno. Tudo isso para os castigar pela morte de Catherine? Tudo isso por acreditar que todos destruíram o que poderia ter sido sua relação com ela? Não dá para ser maniqueísta em relação a este homem, mas, mesmo assim, um sentimento ruim surge quando se percebe que sua vida foi, toda ela, destinada a espalhar a miséria. Com certeza ele também sofreu,  mas sofreu por quê? 

Talvez o meu grande problema de incompreensão seja causado pela disparidade no tempo. O Morro dos Ventos Uivantes foi escrito na primeira metade do século XIX e, como todos os livros romanticos, é permeado pelo excesso de sentimentos, por crises de cólera que, atualmente, nos parecem incríveis, e por vidas cujos objetivos são, muitas vezes, transformados em obsessões doentias. Na literatura desta época as mocinhas sofriam de maneira como hoje não se vê e a vida corria de forma diversa da de hoje. Tudo era mais intenso e, quando leio algo deste período, estes sentimentos me parecem exagerados, forçados.

Apesar desta minha visão, a narrativa de O Morro dos Ventos Uivantes é muito bem escrita e amarrada. A história te prende e te faz querer saber como será o desenlace final. Eu, pessoalmente, esperava uma redenção por parte de Headcliff ou talvez uma guinada um pouco mais dramática. De toda forma, fiquei satisfeita com a leitura e tenho certeza que o livro merece ser o sucesso que é.

Bárbara

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