sexta-feira, 19 de agosto de 2011

1984 - George Orwell

Vou deixar New York um pouco de lado para falar do livro 1984 de George Orwell. Todo mundo sabe que foi esta obra que cunhou e difundiu o termo Big Brother, tão em voga nos tempos atuais. Entretanto, neste romance publicado em 1949 o termo representa muito mais do que o simples voyerismo que caracteriza o reality show mais famoso do mundo. Em 1984, o autor cria uma sociedade completamente vigiada e completamente idiotizada pelo controle total do indivíduo - desde suas ações até os seus pensamentos e sentimentos. O Partido, como é conhecida a instância máxima de Oceânia, controla os seus membros através de teletelas instaladas em todos os lugares possíveis. Tais teletelas não só observam, elas também dão ordens e regulam o momento de acordar, de se exercitar, de comer e etc.

O pensamento e os sentimentos do membros do partido são também controlados, mas desta vez o trabalho é mais árduo, já que vai desde a primeira infância e termina por construir indivíduos que acreditam em tudo dito pelo Partido. Este ato semiconsciente é chamado de duplopensamento - termo proveniente do vocabulário desenvolvido pelo partido denominado Novafala. Este conceito fala da capacidade de trabalhar a lógica de  forma conveniente aos interesses do Partidos, de acreditar que a realidade é aquilo que o Partido diz ser a realidade e, além disso, de perceber que toda e qualquer lembrança contraditória ao Partido é um engodo do cérebro. Assim, todos são controlados de uma maneira inacreditável.

Apesar deste trabalho com os membros do Partido, existe um grupo com certa liberdade, são os Proletas. Este grupo é ignorante culturalmente e assim continuará por interesse do grupo dominante. Entretanto, são eles que ainda possuem um pouco de humanidade já que podem viver sua vida com certa autonomia. Isso significa que podem ter amigos, ter relacionamentos amorosos, criar laços com vizinhos, pensar com autonomia, enfim, ter uma vida como aquela que imaginamos.

Todo o enredo do livro parte das angústias de um homem que não foi totalmente domado pelo Partido. Wilson consegue se lembrar das mentiras contadas para a população, consegue ver as condições de vida em que é sujeitado, sente saudades de sua família que desapareceu durante os grandes "expurgos" dos anos 60 e acredita que os Proletas são o futuro. Entretanto, tudo vai por água abaixo quando ele confia em O'Brien, um alto funcionário do Partido que se diz parte da Confraria - grupo que vive no imaginário da população e que, em teoria, combate o Big Brother tendo como líder um dos antigos fundadores do Partido chamado Goldstein.

Não vou contar mais sobre a história, mas o livro é um daqueles que te prende e te faz querer mais. Além disso, apesar de na época se referir a sociedade socialista, fala um pouco do período em que vivemos e de como a individualidade pode se perder facilmente. 

Falei muito né?! Prometo trabalhar minha capacidade de síntese nos próximos posts sobre livros (rs).

Bárbara

Nenhum comentário:

Postar um comentário