Honestamente não sei bem como falar deste livro de Milan Kundera. De forma rasa e superfícial, posso falar que é uma história de amor entre duas pessoas - Tereza e Tomas - durante a invasão russa na Tchecoslováquia. Entretanto, o livro é muito mais que isso. Tomas é forte, mas também é fraco. Tereza que se diz fraca, tem seus momentos de força e, muitas vezes, faz uso de sua fraqueza para forçar Tomas, para incutir nele a culpa por suas escolhas. Como Kundera diz, isto é o que Parmênides quer - transformar o fraco em forte, o escuro em claro, o negativo em positivo.
Esta é a segunda vez que leio esta história e é a segunda vez que me sinto um pouco diferente depois desta leitura. Este é um livro que te abraça - carocha? - pode até ser, mas é realmente o que sinto depois de terminar a última página do romance. Sabe quando a história te impõe um ritmo, te impõe uma maneira de ver, uma maneira de perceber? É exatamento isto que "A Insustentável Leveza do Ser" faz com seus leitores.
Durante toda a história, visões de mundo, visões da vida e de tudo são colocadas - sejam elas vindas de Tomas e Tereza, sejam elas vindas de Sabina e Franz -, mas tudo com uma beleza que não consigo explicar. Ao longo da leitura percebemos a dicotomia entre a leveza e o peso e de como, em realidade, tal diferença não existe - a leveza de uma vida é o que a oprime - vide Sabina, que não se apega a nada e vive com o objetivo de "trair" a todos para trair a si mesma.
Continuo sem saber o que falar, como descrever este livro, mas o certo é que o adoro e para mim é um dos melhores livros que já li. Vale a pena!
Além deste livro, já tive a oportunidade de ler outro livro de Milan Kundera, "A brincadeira". Também vale a pena e também trata destas escolhas da vida tendo o pano de fundo o regime comunista na Tchecoslováquia.
Bárbara
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